Andei pela Av. Paulista nos feriados, evitando as poças e buracos, observando atento quem se aproxima ou passa, querendo interpretar os grafites, as faixas, os tabuleiros dos camelôs, os carrinhos de lanches e os errantes, sem destino, sem nada.
Revirei as bancas enormes, centenas de publicações descartáveis, manchetes repetitivas, bugigangas de bazar.
Não é ainda a Paulista que queremos, mas é o endereço de nossa casa, centro da cultura Árabe – Brasileira, ponto de encontro de nossa gente e dos paulistas em geral, Casa que agrega valor à própria Avenida, enriquece a história desse lugar, nos acolhe hoje como o Brasil de 1.900 acolheu aos nossos.
Transito caótico, sons estridentes, arquitetura cinza de variados e às vezes duvidosos estilos, gente, muita gente em todas as direções.
Dentro, um Oásis que remete à nossa cultura ancestral, objetos, livros, nossas fotos, móveis, a cozinha e um alaúde que soa sempre, mesmo que em nossa imaginação, nossos irmãos e nossos amigos.
Viemos, todos, trazidos pela mão dos pais e isso explica o apego que temos por esta Casa.
Agora planejamos o futuro, avançamos com os recursos contemporâneos de gestão, mas sem apagar um só quadro do cenário nostálgico da Pátria de Origem, das tradições familiares, do mascate e da cultura que fez a aurora da civilização.