As exportações brasileiras para os Países Árabes alcançaram o valor de US$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2009, o que representa um crescimento de 4,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado é considerado bastante positivo pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, uma vez que foi obtido em meio à retração do comércio global e no momento em que as vendas brasileiras para o mundo, entre os meses de janeiro e junho, tiveram uma redução de 22%, na comparação com 2008.
De acordo com o presidente da Câmara Árabe, Salim Taufic Schahin, o crescimento das exportações mostra a maturidade e a importância do intercâmbio comercial entre brasileiros e árabes. “Apesar do cenário internacional de turbulências, desde março estamos conseguindo reequilibrar o comércio bilateral com os árabes, com o crescimento das exportações”, afirma.
O executivo destaca, ainda, o crescimento da participação dos mercados árabes como destino das exportações brasileiras. No primeiro semestre de 2008, esse índice era de 4,56% e fechou o período de janeiro a junho deste ano em 6,15%.
O desempenho positivo das vendas para os árabes foi sustentado, sobretudo, pelo crescimento de 24% das exportações brasileiras para os países árabes do Norte da África, como Argélia, Egito e Marrocos, entre outros, que totalizaram US$ 1,63 bilhão em embarques de mercadorias.
Mesmo no ranking dos quatro principais destinos das exportações brasileiras para os Países Árabes – que é liderado pela Arábia Saudita, com um total de US$ 955,63milhões – dois estão localizados no continente africano: Egito e Argélia, que figuram, respectivamente, com volumes de US$ 734,53 milhões e US$ 321,57 milhões. Entre eles estão ainda os Emirados Árabes Unidos, com US$ 704,75 milhões.
Líbano pode se destacar como parceiro
A análise dos dados de comércio exterior mostra, ainda, que o Líbano tem potencial para ganhar posições no ranking dos principais destinos das exportações brasileiras para os Países Árabes e para tornar-se um grande parceiro. O país, que comprou US$ 26,5 milhões em mercadorias do Brasil, apresenta crescimento sustentável de janeiro a junho, tanto em valor (38%), quanto em participação, que passou de 2,8% para 3,7% do total, entre os primeiros semestres de 2008 e de 2009.
Outros Países Árabes que têm potencial para ganhar posições nesse ranking, devido a um crescimento sustentável, são o Iêmen e o Kuwait, responsáveis por embarques de US$ 25,82 milhões e US$ 24,69 milhões, respectivamente, de janeiro a junho deste ano.
O Iraque teve um destaque especial como destino das exportações brasileiras. O país árabe embarcou um total de US$ 96 milhões em mercadorias do Brasil, o que representa um aumento de 61% no primeiro semestre deste ano contra igual período de 2008.
No primeiro semestre de 2009, cerca de 61% das exportações brasileiras para os países árabes, ficaram concentradas em açúcar, complexo carnes e minério de ferro. As aeronaves também tiveram um crescimento expressivo de 63%. Despontam, ainda, nos embarques brasileiros para as nações árabes, o café, o chá mate, as especiarias, preparações de carne, papel e cartão.
Os bons resultados do comércio não incluem os setores de serviços e investimentos, que vêm crescendo expressivamente. Um exemplo disso é o setor de construção civil. Empresas brasileiras dessa área marcam presença com projetos inovadores em diversos Países Árabes. A Andrade Gutierrez, que possui um escritório em Argel, capital da Argélia, acaba de fechar três contratos na Líbia, país onde as construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão também realizam grandes obras. Já a Odebrecht está presente no Djibuti e Emirados Árabes Unidos.
Empresas brasileiras destacam-se ainda na área da moda, por meio da instalação de lojas ou franquias nos Países Árabes. A Arábia Saudita atraiu marcas como a Carmen Steffens, de calçados, Colcci e Hering, de roupas, e O Boticário, de perfumaria e cosméticos. Nos Emirados Árabes Unidos é possível encontrar os calçados brasileiros da Via Uno e Arezzo e os produtos de O Boticário. Na Jordânia e na Síria também foram abertas lojas da Via Uno, enquanto a Santista Têxtil está presente no Marrocos.
Agronegócio
As exportações brasileiras do setor de agronegócio para os Países Árabes cresceram 16% no primeiro semestre de 2009, em relação ao mesmo período de 2008, ao passar de US$ 2,56 bilhões para US$ 2,96 bilhões. Nesse período, a participação das exportações brasileiras do agronegócios equivaleram a 9,41% frente ao exportado para o mundo. O volume vendas externas do agronegócio para os árabes representa 69% do total exportado para a região.
Os cinco principais compradores árabes do setor de agronegócio no período de janeiro a junho de 2009 foram a Arábia Saudita, com um total de US$ 703,17 milhões (crescimento de 23,48%), seguida pelos Emirados Árabes Unidos, com US$ 381,34 milhões (+19,36%), pelo Egito, com US$ 346,83 milhões (+13,68%), Argélia, com US$ 290,33 milhões (+33,70%) e o Marrocos, com US$ 234,19 milhões (+29,03%).
Os produtos mais exportados para a região nesse período foram açúcar e carnes, que juntos representaram 74% do total das vendas externas do agronegócio brasileiro, totalizando US$ 2,19 bilhões.
Além disso, as exportações de soja para os Países Árabes tiveram um aumento de 151%, ao saírem de US$ 94,4 milhões no primeiro semestre de 2008 para US$ 237,5 milhões em idêntico per&