O novo presidente americano, Barack Obama, prometeu um novo começo com o mundo islâmico, e garantiu em seu discurso de juramento na terça-feira que os Estados Unidos, vão começar a deixar o Iraque para seu povo de forma responsável e estabelecerão a paz no Afeganistão.
"Para o mundo islâmico procuramos uma nova abordagem para avançar com base no interesse comum e mútuo respeito...Começaremos a devolver Iraque para seu povo, e vamos conseguir a difícil paz no Afeganistão", acrescentou.
Obama advertiu os extremistas em todas as partes do mundo de que eles não serão bem sucedidos no enfraquecimento dos Estados Unidos, e que o seu país "vai derrotá-los". Mas reforçou os princípios americanos e rejeitou o desrespeito aos valores dos Estados Unidos para garantir a segurança do país. Clara referência às torturas praticadas pelos Estados Unidos no Iraque e em Guantánamo, e às leis que privam o cidadão americano de seus direitos e liberdades.
Obama ainda abordou a crise financeira e o aquecimento global, e prometeu trabalhar com a comunidade internacional e não impor à força os desejos dos Estados Unidos no mundo.
Aproximadamente 2 milhões de pessoas estavam presentes para ver o discurso que durou 18 minutos e foi considerado forte e promissor, especialmente com críticas indiretas contra a administração do governo Bush.
Para analistas, a popularidade do presidente é mais um sinal de que Obama não só carrega uma nova mensagem e método para o mundo, mas conseguiu cativar e animar sociedades e autoridades para enfrentar difíceis desafios. Mas alertam, que a maior dificuldade do Obama será ao tentar mudar os rumos da política americana para o Oriente Médio.
Será necessária uma abordagem completamente diferente da usada nas últimas décadas, abrir diálogo e negociações não é suficiente, Obama tem que agir com justiça principalmente no conflito árabe-israelense, de acordo com os direitos internacionais, com disposição para pressionar Israel a ceder perante as resoluções da ONU e com isso ganhar o respeito dos árabes. A dificuldade desse princípio está em sua execução, pois Obama enfrentará um poderoso lobby judaico que impede há décadas qualquer pressão americana sobre Israel, tornando o processo de paz impraticável. Para isso, Obama terá de convencer o próprio lobby judaico de que as concessões israelenses não seriam positivas só para os árabes, mas são necessárias para o futuro de Israel e sua sociedade, e ajudariam a enfrentar o que consideram sua maior ameaça regional, o Irã.