
Cairo - Milhares de egípcios se reuniram em frente a Embaixada de Israel na chamada "Sexta-feira de expulsão do embaixador de Israel" protestando pacificamente contra o assassinato de soldados egípcios pelo Exército israelense na fronteira entre o dois países.
O número de manifestantes continua crescendo e deve alcançar seu auge após o dejejum de Ramadã aproximadamente às 14h no horário de Brasília.
Os manifestantes se reuniram em frente da embaixada de Israel protegida por blindados e polícias do Egito.
Apesar do caráter pacifico um manifestante disparou dois tiros contra as forças de segurança que protegem a embaixada que não revidaram mediante aplauso e gritos da multidão. Eles exigiram que o governo egípcio tome medidas firmes contra Israel, começando pela expulsão do embaixador israelense no Cairo, a retirada do embaixador egípcio de Israel, e a abolição do tratado de paz egípcio-israelense com o corte de todas as relações com Tel-Aviv.
A manifestação dessa sexta-feira atende a pedidos contínuos por protestos contra o comportamento de Israel com o país árabe e a Faixa de Gaza.
A maioria dos movimentos e coalizões revolucionárias e intelectuais do Egito confirmaram a participação na manifestação, inclusive a Irmandade Muçulmana, os Salafistas, a Assembleia Nacional, Mohamed El-Baradei, e o movimento da juventude 06 de abril.
Um relatório das forças observadoras internacionais no Sinai sobre o assassinato de quatro soldados egípcios confirmou que soldados israelenses violaram o tratado de paz com o Egito "cruzando a fronteira egípcia e atirando no lado egípcio" da fronteira, de acordo com a agência de notícias estatal MENA.
Israel Recua
Israel propôs nesta quinta-feira uma investigação conjunta com o Egito sobre a morte de cinco funcionários da segurança egípcia durante uma operação israelense contra incursões na fronteira há uma semana. O caso deteriorou as relações com o governo de transição no Cairo. "Israel está pronto para fazer uma investigação conjunta com os egípcios sobre esse difícil acontecimento", disse o assessor de segurança nacional israelense, Yaakov Amidror, segundo um comunicado emitido pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Acalmando os ânimos
Israel e militantes da Jihad Islâmica concordaram com um cessar-fogo nesta sexta-feira, após dias de violência na fronteira, informou uma autoridade palestina.
Oito palestinos, incluindo um comandante local da Jihad em Gaza, morreram desde que uma trégua foi anunciada na segunda-feira, elevando para 26 o número de palestinos mortos em ataques aéreos israelenses na última semana.
Um homem israelense também foi morto em ataques com foguetes lançados por militantes de Gaza desde o final de semana.
O palestino, que falou sob condição de anonimato, informou que Israel e o grupo Jihad Islâmico disseram ao Egito que vão respeitar a trégua mediada pelo Egito e pelas Nações Unidas, anunciada na segunda.
Com agências internacionais